O advogado inteligente e o cliente burro

15/04/2012 19:24

Advogar exige raciocínio rápido e inteligência.

Na Inglaterra, um réu estava sendo julgado por assassinato. Havia evidências quase indiscutíveis sobre a sua culpa, mas o cadáver não aparecera. E no país britânico – desde que haja prova cabal e/ou confissão do réu – não há necessidade do aparecimento do corpo da vítima.

Quase ao final da sua sustentação oral, o advogado, temeroso de que seu cliente fosse condenado, recorreu a uma estratégia. Circulando à frente do júri e com olhares fixos a cada um dos jurados, disparou uma promessa:

“Senhoras e senhores do júri, senhor juiz, eu tenho uma surpresa para todos. Dentro de dois minutos, a pessoa que aqui se presume assassinada, vai entrar na sala deste tribunal”.

E olhou para a porta. Os jurados, surpresos, também ansiosos, fizeram o mesmo, olhando fixamente na mesma direção.

Decorreram dois longos minutos e nada aconteceu. O juiz inquieto parecia arriscar uma frase, quando o advogado, então, completou:

- Realmente, eu falei e todos vocês olharam para porta com a expectativa de ver a suposta vítima. Portanto, ficou claro que todos têm dúvida neste caso, se alguém realmente foi morto. Por isso insisto para que vocês considerem o meu cliente inocente, pois não comprovação da morte da suposta vítima.

Os jurados, visivelmente surpresos, retiraram-se para a decisão final. Alguns minutos depois, o júri voltou e o magistrado pronunciou o veredicto:

- Culpado! Pena de 20 anos.

- Mas como? -  perguntou o advogado. Eu vi todos vocês olharem fixamente para a porta. Assim é de se concluir que os senhores jurados estavam em dúvida! Ora, então, como condenar na dúvida?”

O juiz liquidou a questão:

- Sim, os jurados, a platéia e até eu olhamos para a porta durante dois minutos, menos o seu cliente… A moral da história é que não adianta ser um bom advogado se o cliente for burro.

 

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