O advogado inteligente e o cliente burro

Advogar exige raciocínio rápido e inteligência.
Na Inglaterra, um réu estava sendo julgado por assassinato. Havia evidências quase indiscutíveis sobre a sua culpa, mas o cadáver não aparecera. E no país britânico – desde que haja prova cabal e/ou confissão do réu – não há necessidade do aparecimento do corpo da vítima.
Quase ao final da sua sustentação oral, o advogado, temeroso de que seu cliente fosse condenado, recorreu a uma estratégia. Circulando à frente do júri e com olhares fixos a cada um dos jurados, disparou uma promessa:
“Senhoras e senhores do júri, senhor juiz, eu tenho uma surpresa para todos. Dentro de dois minutos, a pessoa que aqui se presume assassinada, vai entrar na sala deste tribunal”.
E olhou para a porta. Os jurados, surpresos, também ansiosos, fizeram o mesmo, olhando fixamente na mesma direção.
Decorreram dois longos minutos e nada aconteceu. O juiz inquieto parecia arriscar uma frase, quando o advogado, então, completou:
- Realmente, eu falei e todos vocês olharam para porta com a expectativa de ver a suposta vítima. Portanto, ficou claro que todos têm dúvida neste caso, se alguém realmente foi morto. Por isso insisto para que vocês considerem o meu cliente inocente, pois não comprovação da morte da suposta vítima.
Os jurados, visivelmente surpresos, retiraram-se para a decisão final. Alguns minutos depois, o júri voltou e o magistrado pronunciou o veredicto:
- Culpado! Pena de 20 anos.
- Mas como? - perguntou o advogado. Eu vi todos vocês olharem fixamente para a porta. Assim é de se concluir que os senhores jurados estavam em dúvida! Ora, então, como condenar na dúvida?”
O juiz liquidou a questão:
- Sim, os jurados, a platéia e até eu olhamos para a porta durante dois minutos, menos o seu cliente… A moral da história é que não adianta ser um bom advogado se o cliente for burro.
praiadexangrila.com.br/o-advogado-inteligente-e-o-cliente-burro/