Cannabis? Never More!

19/01/2012 22:22

 

 


    Uma das minhas mais esdrúxulas experiências na vida foi com esta maldita erva.
    Paquerava uma pessoa muito legal. Já havia dito a ela algumas vezes que tinha curiosidade em saber como era a sensação da tão famosa e polêmica maconha, mas era só curiosidade mesmo, afinal de contas, eu já passava dos 40 anos e nunca havia feito nenhum esforço real, por menor que fosse, para pitar o “cigarrim do capeta”.
    Por questões que só a nós interessa, resolvemos terminar o relacionamento. Ela me convidou pra tomar uma cervejinha em sua casa e eu aceitei de pronto. Mas, não posso negar que fui pensando na hipótese de uma bela despedida e acho que ela também teve a mesma ideia.
    Compramos quatro litrões de Skol porque a tal de Brahma me causa dois efeitos terríveis que um dia, com tempo, explico. Ela pediu um fraquinho a passarinho, e conversamos animadamente, nem parecia uma despedida.
    Lá pelas tantas saiu o assunto da maconha. E resolvemos que aquele seria o grande dia.
    Como conseguimos a erva? (Rssss). Não vem ao caso. Conseguimos um cigarro que parecia um Hollywood mesmo. Tava socado o “bichim”. Não era uma vela, era uma canela mesmo.
    Começamos então o ritual. E não vou negar, eu me lembrava a todo o momento de um amigo que me disse uma vez “transar com uma mulher que fumou maconha é bom demais!” E pensava: hoje à noite promete! Vai ser uma despedida com chave de ouro!
    Pois bem... pitamos o dito.
    Ela a todo momento me perguntava: “tá sentindo alguma coisa, meu bem?”
     E eu ali, sem sentir nada e pensando: esta porra é uma baboseira, não da “barato” algum! (Depois me disseram que esta é a impressão de qualquer um na sua primeira vez).
    Quando eu “percebi” que nada ia acontecer resolvi partir pra cima e ir pros finalmentes da despedida.
    Debrucei-me sobre ela e tasquei-lhe um beijo de cinema (se é que eu já não estava sobre o efeito da “mardita” pra pensar que estava mandando bem no beijo, né?), até então só sentia a boca um pouco dormente.
    Foi quando me afastei do beijo é que aconteceu a coisa toda. Segundo um amigo: “Tomei o tapa da pantera”.
     A sensação que tive foi que minha cabeça foi parar do outro lado do quarto, e todos os músculos do meu corpo adormeceram de uma vez, fiquei na base do “Tô tintindo” nada.
     A cabeça rodava... O estômago embrulhou... e eu só pensava: Que isto meu Deus?
    Puta que me pariu de banda numa cadeira de rodas plantando bananeira! A Cama era ao lado do sofá, mas eu olhava pra ela e sentia como se estivesse a quilômetros. O pior de tudo é que a cabeça estava lúcida, mas o corpo não respondia a nenhum comando do cérebro.
    Foi quando eu pedi pra ela me ajudar chegar até a cama. Lembro-me de reclamar de muito calor, e ela, pra sorte minha (entenderão em breve o porquê), ajudou-me a tirar a roupa. Ajudou-me nada, ela tirou minha roupa sozinha, eu não tinha condições nem de ajudar.
    Senti vontade de vomitar e ela me levou pro banheiro.
Nem bem cheguei lá, já abracei Celite e comecei a devolver o frango com cerveja (meu Deus, como vomitar é ruim!). Vomitei muito, mas muito mais do que eu sabia ter no estômago pra sair.
Mas o pior ainda estava por vir.
Depois de muito vomitar, caí deitado, pelado, no chão do banheiro (que cena degradante para um homem da minha idade).
Na minha queda eu percebi uma toalha perto do meu joelho e pensei, vou pegar esta toalha e limpar minha boca. Mas quem disse que eu dava conta disto? Segue o meu diálogo comigo mesmo, só pra vocês terem idéia de como estava minha cabeça:
Eu pensava: __pega esta toalha que está encostada em sua perna!
E eu mesmo respondia: __tá longe demaisssssssssss!
     __Tá longe porra nenhuma, seu viado! Você está viajando!
Fiquei não sei quanto tempo ali, até que resolvi chamar a minha paquera, aquela que poderia me salvar.
Eu custei a conseguir abrir os olhos, imaginem abrir a boca pra chamá-la, sim,  porque quando comecei a vomitar ela “vazou” do quarto (não a culpo por isto).
Quando ela chegou perto de mim consegui abrir os olhos, foi quando dei de cara com o movimento daquelas pernas grossas. Jesus toma conta! Foi como se alguém tivesse chutado meu estômago em direção a minha garganta.
    Abracei Celite de novo. Ela saiu do banheiro, me deixando sozinho (depois me disse que pensou que eu queria ficar sozinho. Acho que já tava meio doidinha também, sei lá... rsss).
E foi neste momento que eu fui ao fundo do poço.
    Dei uma vomitada com tanta força que me caguei todo (sorte que ela havia tirado até minha cueca). E eu pensava: Caralho! Perdi o controle até do meu rabo! Agora fudeu mesmo!
    Mas a cabeça tava confusa demais, e passei um tempão viajando na idéia de ter ou não cagado realmente. Pra minha vergonha, caguei sim!
    Voltei a me deitar no chão e fiquei ali, não sei por quanto tempo, na minha cabeça foi tempo demais, não tenho a menor idéia.
    Depois ela voltou e conseguiu me levar pra cama do filho que era mais perto. O moleque não estava em casa pra minha sorte. Fui deitando e chamando o Raul, mas graças a Deus pela última vez.
    Engraçado que no outro dia acordei cedo, sem ressaca, sem nenhum efeito colateral, fora uma vergonha filha da puta. Levantei e fui direto ao banheiro checar se havia ou não cagado. Tava lá aquele cocôzão olhando pra minha cara! Limpei tudo (ela até hoje me diz que não viu isto), não sei se por gentileza ou se não viu mesmo. Rapidinho dei um jeito de ir pra casa. Nem quis muita conversa naquele dia.
    

    Resumindo... Aprendi da pior forma possível que realmente não nasci pra mexer com a tal cannabis sativa!